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As preocupações de Galípolo com as eleições em 2026, o dólar e a queda de juros

  • Foto do escritor: Peter Lobato
    Peter Lobato
  • 20 de out.
  • 2 min de leitura

Volatilidade nos mercados que ocorre tradicionalmente durantes os pleitos eleitorais no Brasil pode afetar o processo de queda da Selic no próximo ano

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Reservadamente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem conversado com alguns agentes econômicos sobre como a volatilidade esperada no mercado em 2026 – que ocorre tradicionalmente em anos de eleição – pode afetar o preço do dólar, pressionar a inflação e afetar o processo de queda de juros.


Nessas reuniões, os analistas têm apresentado a Galípolo o cenário de que o ciclo de cortes da Selic, que deve começar entre janeiro e março do próximo ano, pode ser menor do que espera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e parte dos agentes econômicos.

As apostas do mercado sobre o ciclo de cortes apontam que a Selic pode cair para percentuais entre 13% e 11% no próximo ano. Essa variedade de previsões indica uma incerteza grande entre os analistas. 


Quem conversou com Galípolo afirmou que a queda de juros e a venda e dólares para conter uma escalada cambial podem ser um problema para a autoridade monetária. Isso porque a volatilidade do mercado encarecerá a moeda estrangeira, o que pressiona a inflação com os repasses da alta no custo da divisa para os preços de produtos e serviços. Com isso, o tamanho do corte de juros pode ser menor.


Outro fator de preocupação tem relação com o diferencial entre as taxas de juros praticadas no Brasil e nos Estados Unidos. Com a queda em curso da taxa americana, aplicações em ativos brasileiros garantem maior rentabilidade com a Selic em 15%. Isso tem ajudado a manter o preço do dólar abaixo de R$ 5,50 no Brasil, após ultrapassar os R$ 6 no fim de 2024. 


Nesse contexto, o processo de queda de juros pode diminuir a atratividade se o ciclo de redução da taxa americana for interrompido pelas pressões inflacionárias decorrentes da expansão fiscal promovida pelo governo de Donald Trump. Por aqui, o desequilíbrio nas contas públicas também é um problema que limita o tamanho da redução da Selic.


Sem um sinal claro de compromisso do vencedor das eleições presidenciais de 2026 com o ajuste fiscal a partir do ano seguinte, 2027, o ciclo de corte de juros tende a diminuir. Com todas essas incertezas, caberá a Galípolo e aos demais diretores navegar em um mar com pouca visibilidade e previsibilidade.

Platô DF

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