

ECONOMIA
Rússia já é um dos países com as sanções severas do mundo e se recusa a mudar o comportamento
Matthew Chance, da CNN
O presidente Donald Trump deu a Vladimir Putin um sinal verde extraordinário: 50 dias para encerrar sua ofensiva de verão brutal na Ucrânia antes de enfrentar quaisquer consequências.

As sanções poderiam ter sido imediatas, se o presidente Trump quisesse, ou muito maiores – como a tarifa de 500% proposta em um projeto de lei bipartidário no Senado dos EUA.
Não que uma nova ameaça de sanções altere certamente o curso do Kremlin na Ucrânia.
Longe disso.
A Rússia já é um dos países com mais sanções severas do mundo – punições por alegações de interferência eleitoral dos EUA, bem como outras atividades malignas, da Crimeia à Síria, ao Reino Unido e muito mais.
O governo russo já estabeleceu um conjunto complexo de soluções flexíveis para manter a frágil economia funcionando, enquanto se recusa a mudar o comportamento.
“A vida mostrou que nenhuma decisão de sanções contra a Rússia produz resultados”, comentou Anatoly Aksakov, um importante parlamentar russo, quando questionado sobre ameaça recente de sanções.
“Elas levam a Rússia a avançar com confiança, desenvolvendo a economia e realizando uma reestruturação estrutural de economia nacional”, acrescentou.
Além disso, fontes do Kremlin suspeitam que a janela de 50 dias antes da imposição de novas sanções americanas seja tempo suficiente para que a investida militar na
Ucrânia dê resultado – ou, na falta dela, para que o presidente Trump, notoriamente instável, mude de ideia sobre a Rússia mais uma vez.
“Em 50 dias, quanta coisa pode mudar, tanto no campo de batalha quanto no humor daqueles que estão no poder nos EUA e na Otan”, afirmou o senador russo, Konstantin Kosachev, nas redes sociais.
"Mas nosso humor não será afetado", prometeu, destacando como Moscou se vê como tendo uma abordagem de longo prazo para a Ucrânia, enquanto os governos ocidentais, especificamente o governo Trump, são vistos como inconstantes.
Armas americanas na Ucrânia
Ainda assim, a Rússia está genuinamente alarmada com a perspectiva de armas americanas, até mesmo sistemas de defesa antimísseis Patriot, retornarem à Ucrânia.
Moscou vê os bombardeios aéreos quase diários contra Kiev e outras cidades ucranianas como um aspecto essencial de sua atual ofensiva militar, juntamente com a ofensiva constante nas linhas de frente ucranianas.
A ideia é que a determinação ucraniana de continuar lutando se desgastará, a vontade política na Europa diminuirá e que o país acabará se rendendo.
Mas o acordo para fornecer mais sistemas de defesa antimísseis Patriot de fabricação americana, que oferecem uma vasta proteção contra ataques aéreos, torna esse resultado menos provável.
E políticos russos frustrados estão atacando, acusando o presidente dos EUA de falar de paz, mas prolongando a guerra nos bastidores.
"Ucrânia, este homem está enganando vocês!", declarou Leonid Kalashnikov, um parlamentar do Partido Comunista.
"Ele quer que esta guerra continue, mas não pelas próprias mãos", acrescentou Kalashnikov.
Na televisão estatal, rigidamente controlada pelo Kremlin, a reviravolta de Washington no fornecimento de armas à Ucrânia foi amplamente criticada, com o republicano sendo comparado ao antecessor presidencial, amplamente desprezado na Rússia.
“Trump agora seguiu os passos do ex-presidente Joe Biden e está prometendo armas à Ucrânia para trazer Moscou à mesa de negociações”, falou Olga Skabeyeva, uma importante apresentadora pró-Kremlin.
“Biden fez isso nos últimos três anos e meio. Mas, como sabemos, ele não teve sucesso”, zombou ela.
CNN
Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca • REUTERS/Nathan Howard

Sistema de defesa aérea Patriot • Reuters
Segundo o Banco Mundial, a economia deverá registrar uma expansão de 2,3% neste ano, abaixo do índice de 2,7% projetado em janeiro
Fábio Matos

A década de 2020 será a pior para o mundo, em termos econômicos, desde os anos 1960. A conclusão é do Banco Mundial, que anunciou nesta terça-feira (10/6) uma nova redução da perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global para 2025.
Segundo a instituição, a economia mundial deverá registrar uma expansão de 2,3% neste ano, abaixo do índice de 2,7% que havia sido projetado em janeiro.
De acordo com o Banco Mundial, o principal motivo para a redução das estimativas para o PIB é a guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores potências econômicas do planeta.
Caso as novas projeções do Banco Mundial se concretizem, o PIB global de 2025 será o menor dos últimos 17 anos – com exceção de 2009 e 2020, anos marcados por recessões econômicas por causa da crise financeira e da pandemia de Covid-19, respectivamente.
A média de crescimento da economia global nos primeiros sete anos da década atual se aproxima de 2,5%, a mais baixa já registrada desde os anos 1960.
“A economia mundial hoje, está mais uma vez, passando por turbulências. Sem uma rápida correção de rumo, os danos aos padrões de vida podem ser profundos”, observou Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, no relatório “Global Economic Prospects” (“Perspectivas para a Economia Global”, em tradução livre).
“A discórdia internacional – sobre o comércio, em particular – derrubou muitas das certezas políticas que ajudaram a reduzir a pobreza extrema e expandir a prosperidade após o fim da Segunda Guerra Mundial” , prossegue Gill.
“O crescimento pode ser menor se as restrições comerciais aumentarem ou se a incerteza política persistir, o que também pode resultar em um acúmulo de estresse financeiro”, alerta o Banco Mundial em seu relatório.
Projeções
De acordo com as novas estimativas divulgadas pelo Banco Mundial, os EUA devem crescer 1,4% em 2025, praticamente 1 ponto percentual abaixo da projeção anterior.
A China, por sua vez, deve se expandir 4,5%, mesma projeção do último relatório da instituição – mas abaixo da meta de 5% estipulada por Pequim.
Segundo o Banco Mundial, as economias emergentes e em desenvolvimento devem avançar 3,8% neste ano, ante 4,1% projetados em janeiro.
A zona do euro e o Japão devem crescer 0,7% em 2025, uma queda de 0,3 e 0,5 ponto percentual, respectivamente, em relação ao último relatório.
Metrópoles
No acumulado do ano, o governo tem superávit de R$ 53,2 bilhões
Gabriel Garciada CNN
As contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram um déficit de R$ 31,7 bilhões em fevereiro de 2025, informou o Tesouro nesta quinta-feira (27/3).

Imagem de moedas e cédulas de Real • SOPA Images/LightRocket via Gett
O déficit do mês ficou abaixo da mediana das expectativas do relatório Prisma Fiscal, que esperava um resultado negativo de R$ 37,7 bilhões.
Em fevereiro de 2024, foi registrado um déficit de R$ 58,3 bilhões. O número deste ano representa uma queda nominal de 45,6% em relação ao rombo do ano passado.
Os dados divulgados nesta quinta também apontam para uma queda de 12,6% nas despesas.
Segundo o Tesouro, a queda nas despesas em fevereiro foi impulsionada principalmente pela redução de R$ 30,8 bilhões em sentenças judiciais e precatórios.
Em janeiro, foi registrado um superávit de R$ 84,9 bilhões. Ou seja, no acumulado do ano, o governo tem superávit de R$ 53,2 bilhões.
Meta Fiscal
A meta fiscal para o ano é de déficit zero, mas, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB.
O relatório do Orçamento aprovado pelo Congresso prevê um superávit de R$ 15 bilhões. Esse valor, no entanto, pode ser distribuído para dar sustentabilidade a programas importantes para o governo ao longo do ano.
CNN Brasil